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AIDS E ENVELHECIMENTO



   As doenças sexualmente transmissíveis (DST) são consideradas problema de saúde pública, um dos mais comuns em todo o mundo e uma das cinco principais causas de procura por serviços de saúde. No Brasil, ocorre cerca de 12 milhões de casos de DST ao ano e, como a notificação não é compulsória, cerca de 70% das pessoas com alguma DST procura tratamento em farmácias; com isso, o número real de casos fica muito abaixo da estimativa, cerca de 200 mil casos ao ano.
   Ao contrário do que se pensa, as DSTs são doenças que podem ter conseqüências graves. Uma pessoa com alguma DST tem chance aumentada de contaminação pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e conseqüente desenvolvimento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS).
   O envelhecimento da população e o aumento do número de pessoas idosas, acompanhado por melhoria da qualidade de vida, vêm estimulando mudanças de comportamento relacionadas à sexualidade, proporcionando às pessoas relações afetivas mais ativas, que aliado ao sexo sem proteção, pode ter contribuído para o crescimento das notificações.
   Os temas sobre sexualidade, conhecimento e comportamento em relação às DST/AIDS e à percepção de risco são, em geral, tratados apenas para alguns grupos específicos da população como os adolescentes e os adultos em idade reprodutiva. Os assuntos sobre sexualidade para a população idosa, que já não tem preocupação com anticoncepção, são tratados pela literatura enfatizando aspectos relativos ao desempenho ou às disfunções sexuais e suas relações com qualidade de vida, dando menor ênfase à promoção da saúde sexual e prevenção de DST/AIDS.
   A fragilidade do sistema imunológico em pessoas com mais de 60 anos dificulta o diagnóstico de infecção por HIV (vírus causador da AIDS). Isso ocorre por que, com o envelhecimento, algumas doenças tornam-se comuns e os sintomas da AIDS podem ser confundidos com os de outras infecções.
   Tanto a pessoa idosa quanto os profissionais de saúde tendem a não pensar na AIDS e, muitas vezes, negligenciam a doença nessa faixa etária. E o diagnóstico tardio da AIDS permite o aparecimento de infecções cada vez mais graves, comprometendo inclusive a saúde mental, podendo causar até demência.
   Assim, quanto antes começar o tratamento correto da AIDS, mais a pessoa ganha em qualidade de vida. Por isso, recomenda-se fazer o teste. É rápido, seguro e pode ser feito em qualquer unidade pública de saúde. E não podemos deixar de enfatizar que o uso da camisinha nas relações sexuais é a forma mais eficaz de evitar a AIDS, não importa a idade que a pessoa tenha.

Silvana Lavechia - Psicóloga especialista em Psicologia do Envelhecimento


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