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ANO NOVO:Em busca de novos projetos



   O desenvolvimento humano é resultado de um processo constante. Cada período de tempo da vida é influenciado pelo que aconteceu antes, e o que se vive hoje afetará os acontecimentos futuros. Devido ao considerável aumento da longevidade humana, no último século, torna-se necessário pensar em políticas públicas que possa proporcionar aos idosos uma melhor qualidade de vida.
   O conceito qualidade de vida relaciona-se à auto estima e ao bem-estar pessoal, abrangendo inúmeros aspectos como capacidade funcional, nível socioeconômico, estado emocional, interação e ação com o ambiente em que se vive. Tal conceito é subjetivo e leva-se em consideração que parte importante na construção de uma melhor qualidade de vida é de responsabilidade dos próprios idosos e de como utilizam o tempo livre, pois encontram-se em um momento da vida, onde esta possibilidade de tempo livre é mais presente.
   A Gerontologia, que é a ciência que estuda o processo do envelhecimento, inclui a investigação dos aspectos positivos do envelhecimento humano e a procura de indicadores do envelhecimento bem sucedido. Esse enfoque resulta numa busca por aspectos positivos do envelhecimento humano, que salientam que muitos idosos possuem capacidade de se engajar em esforços direcionados, ao seu próprio desenvolvimento, para adquirir novas capacidades cognitivas ou fortalecer antigos potenciais.
   Estudos recentes mostram que utilizar o tempo livre em atividades prazerosas ou retomar algum projeto de vida que anteriormente não foi possível realizar, comprova que tem contribuído muito para a qualidade de vida dos idosos. E o relato dos próprios idosos que conseguiram dar esse passo na vida nos mostra que nunca é tarde para se aprender, quando se tem vontade inclusive de realizar sonhos que anteriormente eram difíceis ou as condições de vida não o permitiam. Isso fica muito claro nas declarações de M. 76 anos, que sempre gostou de dançar, e que seu sonho era ser bailarina. Porém, com o casamento e as obrigações domésticas, este sonho ficou em segundo plano, mas M. nunca se esqueceu dele. Quando M. se deparou com uma nova fase em sua vida, em que o marido já havia falecido, os filhos saído de casa, M. aproveitou e foi resgatar seu sonho e iniciou participando de aulas de dança, na qual se sentia, como a mesma dizia “como um pássaro voando” tamanha a satisfação e contentamento que esta atividade lhe trazia, sem contar com os muitos amigos que fez, de várias idades diferentes, o que a fez sentir-se muito feliz (de acordo com declarações da mesma).
   Percebemos assim que, não importa qual atividade a pessoa faça, mas que lhe traga satisfação, relacionamento com outras pessoas, que não apenas com os de sua família, que possa aprender algo novo, o que estimula a memória e as conexões neuronais, muito tem contribuído para a qualidade de vida da pessoa idosa.
   Portanto, seria interessante que as pessoas pensassem neste final de ano em que atividade poderiam ser inseridas durante o ano de 2015 e que façam disso uma meta, um novo projeto de vida para o ano de 2015, seja uma atividade física regular, um trabalho voluntário (pensando em suas habilidade e aptidões), uma atividade de lazer, voltar ao banco escolar, enfim, seja qual for, mas com certeza irá trazer muitos benefícios à si mesma.

Silvana Lavechia - Psicóloga especialista em Psicologia do Envelhecimento pelo HC e Gerontóloga/SBGG


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