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A LUTA CONTINUA



   Há políticos que fazem discursos como se estivesse o tempo todo ao lado dos que nele votaram. São falsos discursos porque na atuação do dia-a-dia, não fazem nada de prático dentro do próprio partido ao qual pertencem, para, por exemplo, criar uma frente parlamentar que atue em favor das demandas dos aposentados que nos últimos anos vem sendo rebaixados a cidadãos de 2ª categoria. Agem sim, ao contrário, sempre em prejuízo dos menos favorecidos. Por exemplo: a prorrogação da DRU (Desvinculação das Receitas da União) foi prorrogada pelos Senadores por 65 votos favoráveis e 06 contrários, em sessão Plenária do dia 19/12/2007, que permanece até hoje e que permite ao governo gastar livremente 20% da arrecadação dos principais tributos. E também a lei nº 8.213 de 24 de julho de 1991, que desvincula os índices de reajuste do salário mínimo daqueles que ganham acima desse valor pelos mesmos políticos que durante a campanha eleitoral diziam estar ao lado do povo. O que está por trás dessa ação é o propósito de privatizar a Previdência, o que colocará em risco a Seguridade Social.
   O que tem no mercado financeiro hoje é o VGBL e PGBL (Vida e Plano Gerador de Benefício Livre), que não são aposentadorias e sim títulos de capitalização, e aquele que optar por alguma dessas modalidades ainda que seja para renda complementar, corre o risco de quando precisar utilizar o que já pagou, encontrar o cofre vazio como aconteceu no Chile, na Argentina e até nos Estados Unidos.
   O que temos percebido é que de maneira calculada pelos burocratas do Estado, vai-se retirando os direitos adquiridos por quem já se aposentou e ao mesmo tempo, com o Fator Previdenciário, estão sepultando antecipadamente o futuro dos que hoje trabalham para que o Brasil seja um país mais justo. O sentimento de solidariedade e de justiça social não existe na mente dessas pessoas, que com seus planos econômicos roubam o futuro daqueles que sonham com uma vida mais digna na velhice.
   Os burocratas do governo manipulam números, não importando quão mentirosos sejam e assim joga na pobreza a parte mais frágil da população, fazendo com que o Estado fique mais rico e a população mais pobre. Pobre de tudo: de saúde, de educação, de cultura, de segurança e, portanto de Paz.
   Recentemente um desses burocratas, Leonardo José Rolim Guimarães, que é Secretário Nacional de Políticas de Previdência Social, teve o cinismo de dizer em entrevista ao Diário do Grande ABC do dia 20 de janeiro de 2014, que não houve perdas salariais para os aposentados e que o poder de compra está mantido.
   • Vejamos: a pessoa que se aposentou com 10 salários mínimos, deveria receber em valores de hoje R$ 7.240,00 (sete mil duzentos e quarenta reais). Acontece que essa pessoa, com perdas ocorridas desde que se aposentou, está recebendo menos de R$ 4.000,00 (quatro mil reais).
   Houve perda ou não? Que tipo de cálculo esse secretário fez, para dizer que não houve perdas e que esse segurado manteve o mesmo nível de vida? É com pessoas assim que o governo mascara a dura realidade vivida pelas pessoas idosas.
Além desses assaltos às aposentadorias, este governo desonerou a folha de pagamento de impostos do empresariado e o ministro da fazenda calcula que a desoneração da folha custará aos cofres públicos R$ 7.200 (sete bilhões e duzentos milhões) por ano, valores esses que deixarão de entrar no caixa da Previdência Social.
   Afinal, quem está quebrando a Previdência; os trabalhadores que contribuíram ao longo dos anos, ou o governo incompetente que capitulou diante dos poderosos?
   Portanto, neste início de 2014 as demandas pelas quais lutamos, continuam as mesmas porque o governo não atendeu a nenhuma delas. A Associação continua na luta pela recuperação de todas as perdas salariais e aumento real do valor das aposentadorias e pensões. Incluindo também a derrubada do veto do ex-presidente Luis Inácio ao fim do Fator Previdenciário ocorrido em 15/06/2010, e contra a fórmula 85/95 e 95/105. Ele também vetou o reajuste de 16,67% aos benefícios de aposentadorias e pensões que precisa ser derrubado.
   Estamos nesta luta para atuar politicamente e, apesar da violência praticada pelo Estado, não abrimos mão de nossa agenda. Temos que ser agentes do progresso e que esse progresso leve a PAZ.
   As nossas críticas são para mostrar que temos clareza da situação que oprime hoje o cidadão aposentado. Essas críticas não são para fechar portas às negociações, mas para abri-las. Não podemos ficar calados, porque como diz o ditado popular: “quem cala, consente”. Por isso não nos calamos, e temos certeza que com a união de todos alcançaremos a vitória. É necessário que lutemos e que tenhamos fé, mas que ela seja operante. Dizem que a fé remove montanhas, mas se nós não fizermos nada para sua remoção, ela ficará na nossa frente obstruindo nossa passagem.
   Defendemos a ideia de que a COBAP tem que usar outros meios principalmente jurídicos para demover o governo de sua intransigência, já que as mobilizações de rua nos últimos 15 anos, não sensibilizou o governo e esgotou suas possibilidades, não trazendo os resultados esperados. Quanto aos políticos é comum os vermos pronunciarem discursos a favor dos aposentados, discursos estes que são usados como moeda de troca.
   É como se eles dissessem: “Votem em mim, que eu faço discursos a favor de vocês”. E ficam nisso, porque na prática parlamentar nada de prático é realizado. No dia-a-dia, nunca ninguém viu, eles se uniram dentro do próprio partido para votarem leis que sejam decisivas para ao menos minorar a situação precária em que vivem os aposentados e pensionistas do nosso país.
Em trabalho anterior publicado em nosso Informativo, disse que esse estrangulamento social de uma classe indefesa está sendo posta em prática por aqueles partidos da chamada esquerda brasileira. Hoje no poder faz o contrário do que pregava quando era oposição, portanto acrescento que com uma esquerda dessa, a direita não está fazendo falta.


Etevaldo Santiago de Araújo - Presidente


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