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Editorial de Julho de 2012



RECURSOS NÃO FALTAM

       Cumprindo seu compromisso já histórico de estar presente na frente de luta com outras Associações do Estado de São Paulo e do Brasil, a nossa Associação participou recentemente de três eventos promovidos pela FAPESP que, sob a lúcida liderança de seu presidente Antônio Alves da Silva, vem promovendo sem esmorecimento. Assim, estivemos na passeata de 29 de março em São Paulo, que reuniu mais de 5 mil participantes. Estivemos também em Cascavel, no Paraná, em 17 de maio e mais recentemente em Sorocaba também em São Paulo onde palavras de ordem e denúncias foram pronunciadas em vários discursos, chamando a atenção da população local para a situação de desamparo que está vivendo, ou melhor, sobrevivendo o trabalhador aposentado. Notamos que em todos esses anos de luta, não tivemos como apoio a presença massiva das grandes centrais sindicais em nossas manifestações. Quando aparece algum deles para falar é para elogiar o governo como ocorreu em Sorocaba, quando o representante de uma central deitou falação sobre o governo da presidente Dilma elogiando-a como se ela, desde que assumiu a Presidência, tivesse feito um único ato em favor dos aposentados.

       É bom relembrar que a história dos trabalhadores registra que no dia Io de maio de 1886, na cidade de Chicago, nos Estados Unidos, operários organizados realizaram manifestações exigindo aumento de salários e melhores condições de trabalho. Naquela época, essas manifestações eram proibidas pelo governo e foram reprimidas com violência pelas forças policiais, tendo como resultado vários operários mortos e outros presos e condenados à morte. Essas manifestações fizeram com que a data de 1º de maio fosse escolhida para comemorar o Dia do Trabalho. Equiparando-se aos movimentos internacionais, os trabalhadores brasileiros foram à luta e conquistaram direitos sociais que lhes garantiram uma velhice mais tranquila. Esses direitos estão sendo retirados justamente por aqueles que se diziam de esquerda e que chegaram a falar em estabelecer o socialismo em nosso país. No poder estão socializando prejuízos.

       Quanto às Centrais Sindicais, hoje cooptadas pelo governo, transformaram o 1º de Maio em dia de sorteio de prêmios e apresentação de shows musicais caríssimos pagos com recursos sobre os quais não precisam prestar contas a nenhum órgão fiscalizador. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que o Brasil é um país injusto, que gasta mal o que arrecada. Sob seu governo, continuou gastando mal, subindo impostos e piorando a situação dos aposentados ao desvincular o índice que aumenta o salário mínimo para quem ganha acima desse piso. E para os futuros aposentados criou o Fator Previdenciário que diminui o benefício em até 40% logo no início de sua concessão. Seu sucessor, que antes o criticava, manteve essas injustiças que está levando o país a ter uma Previdência de salário mínimo, com uma parte da população empobrecida a tal ponto que muita gente que durante sua vida laboral construíram suas casas e mantiveram seus filhos na escola, contribuindo para o desenvolvimento de sua região e do Brasil, hoje, muitos deles, não estão conseguindo nem mesmo pagar o IPTU de onde moram.

       Nos discursos falam em democracia mas, no dia a dia do governo, praticam a ditadura contra uma classe que não tem como se defender e deveria, portanto, ser protegida pelo Estado. O que ocorre é o contrário: o Estado ataca e retira direitos que constam da Lei em um desrespeito à Constituição. O fato é que a Previdência é superavitária como nos informa Clemilce Sanfim de Carvalho, auditora fiscal da Receita Federal do Brasil, em artigo publicado no jornal Terceiro Tempo da 1ª quinzena de junho de 2012: “Apesar de renúncias, desvios e o que mais ocorre, o sistema apresentou ao final do exercício de 2011, o espetacular saldo de R$ 77 bilhões. Isso mesmo, setenta e sete bilhões de reais, com todas as letras e números”. E prossegue: “Houve esse saldo, mesmo com o governo tendo permitido a renúncia fiscal de 187 bilhões como informa o relatório do Tribunal de Contas da União”.

       Portanto, recursos não faltam, o que falta é praticar justiça para com quem colaborou para o progresso do Brasil. O dinheiro existe e o governo sabe onde está. Tanto sabe que dele se apropria. A chave do cofre tem que mudar de mãos.

Etevaldo Santiago de Araújo - Presidente


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