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REINO DA IMPUNIDADE



   No Editorial de nosso informativo do mês de junho de 2013, ao elencar algumas medidas administrativas, dissemos também que não descuidamos da luta política, onde nosso posicionamento é de desafio ao governo até que ele prove ou justifique o constante rebaixamento dos salários dos aposentados que ganham acima do salário mínimo numa ação que desvirtua a função para a qual foi criada a Previdência, já que em um de seus documentos publicados recentemente, consta como missão: “Garantir ao trabalhador e sua família, por meio de sistema público de política previdenciária solidária, inclusiva e sustentável, com o objetivo de promover o bem-estar social”.
   Perguntamos:
   É isso que vem ocorrendo?
   Rebaixando os benefícios como vem acontecendo, a Previdência está cumprindo a função acima descrita?
Está claro que NÃO! É por esse motivo que nossa Associação vem há muito tempo participando de todas as ações que, visam recompor as perdas salariais. Daí termos participado da manifestação ocorrida no dia 10 de maio, na cidade de Catanduva, promovida pela Federação dos Aposentados e Pensionistas do Estado de São Paulo.
   Qual o objetivo de tais manifestações?
   O objetivo é sensibilizar o governo para o grave fato de que não é empobrecendo e, portanto, marginalizando aos que contribuíram para ter uma velhice mais tranquila, que o governo vai solucionar o problema de caixa pelo simples fato de que esse problema não existe, porque se existisse, o próprio governo não estaria desonerando a folha de contribuição dos empresários. Mas, estamos conseguindo sensibilizar o governo?
   A resposta é NÃO! Tanto que um dos oradores que discursou em Catanduva, disse que dias antes foi recebido pelo Ministro Gilberto Carvalho, chefe da secretaria geral da Presidência, e este lhe garantiu que a presidente Dilma não tem nenhuma intenção de receber os aposentados. Não dá para entender tanta radicalização, até porque, o que os aposentados recebem, retorna ao meio circulante na forma de consumo. Para confirmar o que estamos dizendo, citamos as palavras do ministro Garibalde Alves da Previdência Social, que em editorial recente de uma revista da Previdência escreveu: “Estudo feito recentemente pelo Departamento do Regime Geral da Previdência Social, mostrou que duas de cada três cidades brasileiras recebem mais recursos de pagamento de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), do que a transferência do Fundo de Participação dos Municípios”.
   Sendo essa afirmação, verdade contabilizada e considerando como diz o ministro, que o desenvolvimento que desejamos deve ser fruto de uma construção que elimine e equilibre a distribuição das riquezas e benefícios, não se justifica em hipótese alguma o constante rebaixamento dos benefícios. Os políticos falaram em todos os meios de comunicação que depois do “Collor”, não haveria mais confisco de moeda no Brasil. Mentiram mais uma vez, pois o que está acontecendo há 18 anos (08 de Fernando Henrique, 08 de Lula e mais 02 de Dilma) é sim um confisco da moeda dos aposentados, com a diferença de que o dinheiro confiscado no plano Collor foi devolvido e agora não há nem mesmo esperança de devolução.
   O confisco começa com o Fator Previdenciário, que nós aqui chamamos de Redutor Previdenciário, que desde o início rebaixa o benefício em 40% e prossegue ao longo do tempo, como se os aposentados fossem culpados pela incompetência e má fé do governo. Constata-se que o Collor não foi cassado, porque roubou, mas sim, porque era concorrente, sendo que depois houve a compra de votos para aprovar a reeleição e depois aconteceu o mensalão, onde tinha um presidente da República que nunca sabia de nada do que acontecia na sala próxima. O pior de tudo é que esses farsantes vivem citando seu passado de luta contra a ditadura, como se isso fosse um salvo-conduto para a prática dos erros atuais.
   Tem-se que citar sim o passado quando se é fiel a ele, mas quando se muda de lado é preciso tirar a máscara. O impressionante é que essa gente que não honra o passado ainda tem coragem de fazer discurso de esquerda, mas na prática do dia-a-dia servem aos poderosos, tanto nacionais, como internacionais. Jogam dinheiro no ralo das despesas escandalosas das obras superfaturadas e com a criação de ministérios inoperantes, apenas para dar cargos à chamada ‘base aliada’.
   Falamos isso, porque na época da construção de Brasília havia 13 ministérios, porem hoje já são 39. Para quem possa dizer que o Brasil daquele tempo era outro país, informamos que para fazer uma comparação, pesquisamos e encontramos: A Alemanha possui apenas 14 ministérios e os Estados Unidos apenas 15. O Brasil com 39 continua com estradas esburacadas, saúde sucateada, professores ganhando mal e obras paralisadas. Por falar em obras paralisadas, perguntamos: alguém já tomou sequer um copo de água da transposição do Rio São Francisco? Isso não quer dizer que no passado não havia corrupção. Havia sim, tanto que Juscelino foi o primeiro presidente que tirou dinheiro dos aposentados e como disse certa vez a ex-deputada Cidinha Campos, a corrupção está no DNA dos políticos, mas hoje a corrupção ultrapassou todos os limites imagináveis. Enquanto eles se banqueteiam, a inflação sobe e todos sabem que a inflação é sempre mais difícil de suportar para quem vive de salário, porque aqueles que fabricam bens de consumo repassam para seus produtos o aumento de preço e o agravante disso é que esse repasse realimenta a inflação. Isso, como dizem os economistas cria um circulo vicioso. É nesse clima desolador que a corrupção avança e as pessoas ficam lamentando. Não devemos lamentar a corrupção. Ela tem que ser denunciada, abominada e rechaçada da vida pública nacional.
   A corrupção, por menor que seja é uma semente nociva que gera árvores cada vez mais frondosas, adubadas com o tal “jeitinho brasileiro”. Quando no passado Rui Barbosa disse que, o homem chegava a “rir-se da honra e tinha vergonha de ser honesto”, talvez estivesse prevendo que se nada fosse feito, este pais se tornaria o reino da impunidade.

  
Etevaldo Santiago de Araújo - Presidente


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